• Sobre o projeto Tainacan – CAL

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A CAL E SEU ACERVO

A Casa da Cultura da América Latina – CAL, do Decanato de Extensão da Universidade de Brasília – DEX/UnB, foi criada para promover e divulgar a arte e a cultura latino-americana, incentivar e estender o conhecimento acumulado nos centros de pesquisa à sociedade mais ampla. A CAL vem se consolidando como um espaço de pesquisa, preservação e divulgação do patrimônio artístico da Universidade e das expressões culturais latino-americanas. Ao longo dos seus mais de 30 anos de existência, a CAL reuniu um acervo que chega a 2.700 itens, divididos em dois grupos: Coleção de Arte e Coleção Etnográfica.

Coleção de Arte

Essa coleção vem sendo formada, ao longo da existência da CAL, a partir de doações pessoais e institucionais e de transferências de outros setores da própria UnB. A primeira obra da coleção foi doada pelo artista venezuelano, Juan Loyola, por ocasião da exposição “Arte venezuelana – a arte de Juan Loyola”, em março de 1989.

A coleção ganhou impulso com o recebimento das obras doadas para o “Seminário Indignação maior que o medo, violência não!”, realizado em outubro de 1991.  A doação incluiu um total de 45 obras de artistas como Abdias Nascimento, Antônio Poteiro, Athos Bulcão, Douglas Marques de Sá, Fayga Ostrower, Francisco Galeno, Glênio Bianchetti, Lívio Abramo, Oscar Niemeyer e  Rubem Grilo.

Na constituição do acervo foram importantes as transferências de obras de arte realizadas pelo Banco Central, em 1995, com especial destaque para os 47 desenhos e gravuras de Maciej Babinski e, em 1997, com a doação de gravuras de reconhecidos artistas como Alfredo Volpi, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Marcello Grassmann e Tarsila do Amaral. Também merecem destaque as doações feitas pelos artistas Milan Dusek, um conjunto de 49 gravuras que abrange as diversas fases de seu trabalho; Paulo Bruscky, com obras significativas de arte postal, poesia visual, arte xerox,  projetos e documentos sobre a sua produção artística e Maciej Babinski, que ampliou a coleção com doações sucessivas de novas obras.

Há também obras de professores artistas da Universidade de Brasília como Beatriz Medeiros, Elder Rocha, Elyeser Szturm, Miguel Simão, Nelson Maravalhas e Suzete Venturelli.

As últimas aquisições envolvem artistas contemporâneos como Camila Soato, Cláudio Cretti, Diego Castro e Raquel Nava, evidenciando um novo momento nas doações formadas por um conjunto de obras de arte contemporânea.

Coleções etnográficas e latino-americanas

Este acervo teve início com a coleção formada pelas peças doadas por ocasião do I Festival Latino-americano de Arte e Cultura – FLAAC, em 1987, marco da inauguração da CAL, e que hoje integra a chamada Coleção Inicial. Em 2002 a área etnográfica foi ampliada com a chegada de duas importantes coleções antes preservadas no IPHAN: Coleção Galvão e Coleção CNRC. O acervo abriga ainda com a Coleção Chocó, da Colômbia.

Coleção Inicial

Formada pelas peças doadas por ocasião do I Festival Latino-americano de Arte e Cultura – FLAAC, em 1987, pela FUNAI, Casa do Ceará e embaixadas, a Coleção Inicial tem hoje cerca de 150 peças representativas da cultura latino-americana e caribenha, com destaque para as peças em papel machê de Cuba, o conjunto de xales e objetos em palha do Equador, as cerâmicas do México, do Paraguai e do Brasil, e os bordados do Chile e do México. Somam-se a esse conjunto os 69 objetos – cerâmicas, plumárias e trançados – selecionados de diferentes grupos indígenas, como os Karajá – TO, Gavião – PA, Waiwai – PA, Karitiana – RO, Tukuna – AM, Ikepeng – MT e Kalapalo – MT. 

Coleção Chocó

A coleção, sob a responsabilidade da CAL desde 1989, foi reunida para a exposição “Arte Indígena del Choco”, que teve curadoria do antropólogo colombiano Álvaro Chaves Mendoza (1936 – 1992) e foi exibida no II Festival Latino-americano de Arte e Cultura, em 1989. A coleção é formada por 163 peças dos grupos Cuna, do golfo de Urabá, e Waunana, do rio São Francisco, Departamento do Chocó, na Colômbia. São objetos que apresentam o domínio técnico e conteúdo simbólico e cultural desses grupos indígenas, entre trançados, objetos de madeira, barcos rituais, tallas, molas e damaguas.

Coleção Galvão

A Coleção Galvão reúne um acervo etnográfico coletado, na década de 1960, sob a coordenação do antropólogo Eduardo Galvão (1922-1978), então professor da Universidade de Brasília, com a proposta de criação de uma coleção no Departamento de Antropologia. É composta de 347 peças que representam, no total, 22 grupos indígenas, a maioria localizados no Alto Xingu. A coleção passou para a guarda da 14ª Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, na década de 1970, e retornou à UnB, em 2002. Somando um total de 347 peças, 330 encontram-se, atualmente, na sede da CAL e 17 estão emprestadas para o Museu das Bandeiras, na Cidade de Goiás – GO e Museu do Descobrimento, em Porto Seguro – BA.

O PROJETO TAINACAN NA CAL

O Tainacan é uma parceria entre o Laboratório de Políticas Públicas Participativas do MediaLab/UFG com o antigo Ministério da Cultura (hoje Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania) e o Instituto Brasileiro de Museus que permite a disponibilização e organização de acervos em meio digital.

Com a possibilidade de gestão, divulgação e pesquisa do acervo promovida pela Plataforma Tainacan, a CAL solicitou junto ao Curso de Museologia e a Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília – FCI/UnB a formalização de uma parceria para implementação dessa singular ferramenta de documentação museológica. Assim, nasceram dois projetos pioneiros na UnB voltados para preservação da memória e das coleções museológicas. O primeiro “Memória institucional” objetiva realizar o levantamento e a inserção em base de dados das informações sobre as ações culturais (exposições, saraus, cursos e etc.) realizados pela CAL desde sua fundação, em 1987.

O segundo projeto, “Documentação museológica”, enseja a realização da catalogação do acervo artístico e etnográfico da CAL utilizando como sistema de documentação o repositório Tainacan. Esses projetos, em constante aperfeiçoamento permitem a disponibilização das informações sobre as atividades desenvolvidas pela instituição em um sistema que enseja buscas a partir dos temas, datas, gestores, artistas e promotores dos eventos, além de apresentar imagens e informações, seguindo os padrões da museologia, de mais de 1300 obras de arte e objetos etnográficos.

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